sábado, outubro 28, 2006



America, Allen Ginsberg (1926-1997)

America I've given you all and now I'm nothing.
America two dollars and twenty-seven cents January 17, 1956.
I can't stand my own mind. America when will we end the human war?
Go fuck yourself with your atom bomb I don't feel good don't bother me.
I won't write my poem till I'm in my right mind.
America when will you be angelic? When will you take off your clothes?
When will you look at yourself through the grave?
When will you be worthy of your million Trotskyites?
America why are your libraries full of tears?
America when will you send your eggs to India?
I'm sick of your insane demands.
When can I go into the supermarket and buy what I need with my good looks?
America after all it is you and I who are perfect not the next world.
Your machinery is too much for me. You made me want to be a saint.
There must be some other way to settle this argument.
Burroughs is in Tangiers I don't think he'll come back it's sinister.
Are you being sinister or is this some form of practical joke?
I'm trying to come to the point. I refuse to give up my obsession.
America stop pushing I know what I'm doing.
America the plum blossoms are falling.
I haven't read the newspapers for months, everyday somebody goes on trial for murder.
America I feel sentimental about the Wobblies.
America I used to be a communist when I was a kid and I'm not sorry.
I smoke marijuana every chance I get.
I sit in my house for days on end and stare at the roses in the closet.
When I go to Chinatown I get drunk and never get laid.
My mind is made up there's going to be trouble.
You should have seen me reading Marx.
(Excerto de America, música de fundo de Tom Waits, acima)

Ver acoli o poema na integra

O WESTERN DA MINHA ADOLESCÊNCIA
(Maria Celeste Ceboleiro)

Na minha terra era assim. Lá no meio do mato, no dia em que havia cinema, jantava-se mais depressa, enfiava-se a roupa de quase ver a Deus e, numa corrida, postávamo-nos no barracão em que assistiríamos à ansiada projecção, em meio de incontornáveis procelas. O senhor encarregado da magia subia as escadas enquanto nós nos acomodávamos nos bancos mais do que menos duros.

No túnel de luz que nos vinha por trás da cabeça, e bem lá em cima, o volteio dos morcegos regia a sinfonia dos ais das mães. Começava o acenar de lenços, vindos de casa já preparados para o percalço, tipo partida de barco transoceânico. Não contando com a coruja cinéfila que se misturava com a restante plebe e que, no intervalo, nos olhava do seu ponto de mira, na borda do fosso da orquestra.

E tinha início a aventura. Por vezes apenas o dos melhores filmes indianos que pululavam pela colónia; elanguescentes mulheres enroscavam-se em colunas, enquanto lhes saía pelos lábios um lânguido e crescente cântico. Do cântico sabíamos pouco para além da melopeia. Ficávamos pendurados nas legendas, à procura de sinais inteligíveis por entre chuvas de riscos e manchas negras. Quando não em movimento uniformemente acelerado.

Outros dias, porém, a sessão era a sério. O filme, recomendado, trazia uma enchente ao barracão. E lá estávamos, ávidos de acção ou intriga.

Aquietados, todos, morcegos, coruja e gente, bebíamos o mais empolgante enredo.

Subitamente nada daquilo fazia sentido!
Ao fim de meia hora de perplexidade, alguém mais afoito perguntava: que bobine é essa?
Desvendava-se o mistério! O senhor projectista começara a sessão pela terceira bobine, já com várias interrupções, pois que entretanto o filme partira ou a luz fundira. Da primeira passava-se à segunda, e depois víamos a quarta, pois que não havia noite que chegasse para tanta desordem. Aproximava-se a hora do sono da coruja.

Eu estava na adolescência.
Mil águas correram sob todas as pontes Mirabeau dos meus países.

Hoje, volto a jantar mais depressa, enfio a roupa de ver um deus menor e na mesma corrida, posto-me à entrada de obra maior do engenho humano, para ver o western da minha adolescência.

Nem morcegos, nem coruja, nem lenços, nem ais de mães! Só noite à minha frente, e o western da minha adolescência!
Encontro amigos outros e o mesmo desejo de ver um filme.

Subitamente, abre-se lenta e tímida, a porta da obra maior do engenho humano! Aproximo-me do western da minha adolescência!
E…num murmúrio, alguém, pé ante pé, palavra a palavra, invoca o meu perdão.
Não há projecção do western da minha adolescência!
O senhor das chaves da sala não veio!
Estava anulada a sessão!!!

Volto-me para trás. Encontro a noite! Com todo o tempo para a coruja!


(Nota: regresso da não projecção de "Rio Bravo")

quarta-feira, outubro 25, 2006



Maio em Construção (2006), Video, 00:59, Lídia Aparício
Música: on the other side of the world, Tom Waits

Henri Cartier-Bresson (foto)
Gozem sem entraves


Ousar pensar, ousar falar, ousar agir

Ser progressista consiste em lançar os paralelos;
Ser anarquista consiste em arremessá-los o mais longe possivel
com precisão

segunda-feira, outubro 23, 2006

Clique na imagem

sexta-feira, outubro 20, 2006

Reformas: clorofórmio

A humanidade não é um rebanho.
Voltaire
Atenção: a rádio mente

A polícia na Televisão Francesa

é a polícia em vossa casa

Maio na próxima semana,
na Galeria Sargadelos

quarta-feira, outubro 18, 2006

EMPREGO E SOCIEDADE DE CONSUMO
"Estabilidade e eficácia têm sido, até agora, os dois méritos essenvciais da V República. Hoje, será necessário acrescentar-lhe um terceiro: renovaçao - declarou, por seu lado, Valery Giscard d`Estaing, antigo ministro das finanças, chefe dos republicanos independentes, numa conferência sobre o problema universitário entre os elementos na base da crise o orador citou, nomeadamente, a existência de uma minoria ultra-extremista, o problema do emprego e a recusa pelos estudantes da sociedade de consumo que consideram um ´ideal tíbio´".
"Feitas as contas, e apesar da sua gravidade - concluiu Giscard d`Estaing - nao devemos lamentar acontecimentos que trazem à superficie problemas que existiam em profundidade: e estes p`roblemas nao devem ser empurrados para segundo plano, mas estudados. Há que encontrar uma soluçao "em frente"- muito embora seja dificil num país conservador - com espírito de liberdade, de discussao e de propostas."
Vida Mundial, 24 de Maio de 1968
NAO SE TRATA APENAS DE SALÁRIOS E DE HORAS DE TRABALHO
"Há que prever grandes transformaçoes em França, pois embora amigos dela, temos de verificar que ocorrem presentemente factos importantes naquele país, independentemente da luta das forças organizadas e das forças nao organizadas" - afirmou o vice-chanceler e ministro dos negócios estrangeiros da Alemanha Ocidental, Willy Brandt, ao discursar no parlamento de Bona, reunido para a votaçao das leis de emergência.
Brandt previu que os acontecimentos actuais em França terao certamente consequências na República Federal.
"Nao se trata simplesmente de salários e de horas de trabalho - salientou - mas das estruturas da sociedade e da posiçao dos trabalhadores. Estes nao estao dispostos a continuar a ser as rodas de uma máquina impulsionada por uma força secreta" - exclamou Brandt a concluir.
Vida Mundial, 7 de Junho de 1968

sexta-feira, outubro 13, 2006

Ontem à noite estive no Piolho com a Lídia, onde encontrei o António Pedro Ribeiro (n.1968), poeta, fundador da revista de literatura, música e artes visuais, aguasfurtadas, letrista e vocalista dos Mano Calorica e Las Tequillas. É autor do livro Declaraçao de Amor ao Primeiro-Ministro (Objecto Cardíaco, 2006). Ele ofereceu-me o poema intitulado "Paredes de Coura(fodido dos cornos)", de que destaco estes versos: Nunca mais vais saber se a plateia/ Te ama ou te odeia/ Ouves os aplausos/ Mas estás fechado em casa/ E as mulheres só aparecem/ Quando estás agarrado à cena...


quarta-feira, outubro 11, 2006



Cerâmica Contemporânea Japonesa
(Museu da Cerâmica - Caldas da Rainha)
No Japão, na década de setenta, emergiu uma nova geração de ceramistas – tais como Yanagihara, Mutsuo, Nakamura Kinpei, Morino Hiroaki (Taimei) e Koie Ryoji - cujo trabalho era estimulado pela arte contemporânea no país, que se desenvolveu em resposta à arte contemporânea dos Estados Unidos da América que chegou a este país no período pós guerra. Alguns desses artistas contactaram com a cultura e o meio artístico dos Estados Unidos e essa experiência reafirmou o significado das suas próprias raízes culturais e da sua sensibilidade, dando origem a novas criações. Não perca a inauguração desta exposição feita em co-organização com a Embaixada do Japão em Portugal e o apoio da Fundação do Japão, no dia 21 de Outubro, no Museu da Cerâmica (Caldas da Rainha).Esta exposição revela esta corrente através de 44 obras de cerâmica contemporânea de referência.Consulte as actividades do Serviço Educativo no âmbito da exposição, na secção Agenda.
Retirado dacoli
Museu de Cerâmica das Caldas da Rainha
Rua Ilídio Amado - Apartado 97
2504-910 CALDAS DA RAINHA
Tel.: 262 840 280 Fax: 262 840 281 mceramica@ipmuseus.pt

Horário
3ª feira a Domingo das 10h00 às 12h30 e das 15h00 às 17h00 Encerrado à 2ª feira

segunda-feira, outubro 02, 2006

Garrafas Antropomórficas
(Casal, alt. aprox. 31 cm)

Raízes (2005),
Norman Trapman
(Série/ 1000, alt. aprox. 19 cm)
Norman Trapman estudió Diseño y Cerámica en la Royal Academy of Art, Den Bosh, Holanda (1970-74). Comisionado por la European Development Fund (1976-78) creó en Aruba, Antillas Holandesas, un taller(...)
De regreso a Holanda abrió su proprio estudio (1978) y comenzó a investigar la producción de pequeñas series limitadas de cerámica y diseñar piezas en vidrio, bronce y madera. Sus trabajos se exhiben en algunos de los principales museos (entre otros, el Stedelijk Museum, Amesterdam, Frans Hals Museum, Haarlem) y se comercializan por todo el mundo, siendo distribuida una parte importante por Pol`s Potten, Interior Design Products. Su estudio también es conocido por su colaboración con pintores, escultores y diseñadores.(...)
Norman conoció el Seminario de Sargadelos cuando el ceramista gallego Xavier Toubes era director artistico del European Work Ceramic Center, del que Norman es miembro (...)
Los recientes trabajos de Norman incluyen una serie de objectos inspirados en la naturaleza: árboles, rocas, corales, etc, y como en el origen de la Cerámica, sus formas están relacionadas con los contenedores, particularmente vasos. El dice: Aunque también hago servicio de mesa, azulejos, lámparas y mesas, siempre me gustó hacer vasos. Prefiero tener cien utilizados en los actuales espacios que habitamos que uno en el sótamo de un museo.
(...)
Técnicamente hablando es un Biscuit, una porcelana sin vidriado ni decoración, presentando la forma y textura del material en su condición más natural y primitiva(...)
(Do folheto)