Moram aqui, costumam reunir-se
à tardinha, depois do trabalho,
nas imediações do sol.
Se for a tempo, ainda as encontra
encostadas ao muro.
Gostam de escutá-las a viela,
o velho tanque ao fundo,
as ervas daninhas,
a sombra de um gato.
Mas saiba desde já
que não dirigem a palavra
a quem passa, nem tampouco
facultam informações acerca
dos vizinhos.
Ficarão à espera que passe
para abrirem as cartas
sem nada a esconder
umas das outras.
De todas a mais jovem,
só a de cá, porém,
aprendeu a ler
e desconhece por ora a ferrugem
(apaixonou-se pelo carteiro,
mas a timidez
não a levará muito longe).
Rui Lage
Ver também, no mesmo blogue, fotografia de Jorge Garcia Pereira.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home