quarta-feira, novembro 01, 2006


When Poetry ruled the Streets, 08:35, Outubro de 2006

O video, que pode ser visualizado acima, é uma entrevista a Andrew Feenberg, professor de Filosofia da Tecnologia, numa universidade canadiana. Em finais dos anos 60, os seus professores aconselham-no a ir estudar para Paris, o centro da cultura à época, onde pôde presenciar e participar nos acontecimentos de Maio de 68. Dali, trouxe para os EUA, uma grande quantidade de documentos como jornais e revistas, que ele teve a generosidade de emprestar a uma biblioteca para ser digitalizado e, assim, colocado à disposiçao na internet, tal como esta entrevista.
Conta que estudou Herbert Marcuse, mas o que considerou verdadeiramente estimulante era a interrupçao das aulas pelos revolucionários. Surpreendeu-o o facto duma sociedade que aparentava tanta estabilidade, uma sociedade da abundância, dum instante para o outro ficar em polvorosa, com centenas de fábricas ocupadas e uma greve geral.
Refere-se também à violência desmedida da polícia, em particular a 10 de Maio, no Quartier Latin (a Noite das Barricadas) quer contra os estudantes e professores, quer contra os habitantes daquele quarteirao, que apoiavam a luta dos estudantes. Mostra a capa duma revista, com um cartoon em que aparece De Gaulle apoiando-se em muletas SS. Neste video podemos ver uma caricatura com Cohn-Bendit e De Gaulle, em que é representado o poder da inteligência a esmurrar o poder da força. Ou uma imagem em que é representada a CRS (polícia) de braço dado com a CGT (Confederaçao Geral do Trabalho), com a frase "A Revoluçao nao passará!"
Diz que a perseguiçao policial aos estrangeiros, fez com que ele tivesse que mudar de visual e viver escondido, até conseguir regressar aos EUA.
Um dia, numa reuniao de Estado, o presidente-general atira com a frase: "Reformes, oui. La chienlit, non!"(Reformas, sim. Palhaçada, nao!), a que ripostam os estudantes com "La chienlit, c`est lui!"
No genérico final, ouve-se uma voz, legendada, dizendo que a violência é a única soluçao para responder àqueles jovens que nao se integraram ainda no sistema.